Sob as bênçãos do Bom Jesus Congonhas encerra mais um Jubileu
No ano em que a devoção ao Senhor Bom Jesus completa 260 anos, a cidade de Congonhas recebeu milhares de romeiros de todo o país para o Jubileu. Fé e religiosidade marcaram a festa que aconteceu de 7 a 14 de setembro. Durante toda a semana foram realizadas missas e confissões. A missa de encerramento foi celebrada pelo bispo Dom Geraldo Lyrio Rocha, e aconteceu nesta quinta-feira, 14.
Maria Margarida Dias, de Santana dos Montes, contou que vem a Congonhas pagar uma promessa que fez para o seu genro que sofreu acidente. “Sempre me emociono quando venho aqui, agradeço muito ao Senhor Bom Jesus pela saúde do meu genro. Congonhas é uma cidade que me dá paz, é abençoada”, disse.
A festa popularizou-se por causa do Português Feliciano Mendes que chegou a Minas Gerais em busca de ouro e durante a sua estada no município, acabou por adoecer. Durante a enfermidade, fez uma promessa ao Bom Jesus, a quem era devoto, de que se conseguisse se recuperar, daria toda sua fortuna e o que fosse adquirindo em peregrinação para a construção de uma igreja igual a de sua terra natal, Portugal. Assim o fez e, em 1757, as obras do Santuário iniciam-se. Considerado como o maior conjunto barroco das Américas, em 1985, a Basílica, juntamente com os profetas, capelas dos passos e demais esculturas atribuídas a mestre Antônio Francisco Lisboa, o “Aleijadinho”, recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, pela UNESCO.
Além das missas, os peregrinos passam pela Sala dos Milagres, ao lado do Santuário de Bom Jesus. Nela, depositam seus votos, objetos que representam a sua fé. São cartas, bilhetes, relatos de milagres, fotografias de feridas e pessoas acidentadas, retratos de crianças e de famílias inteiras, pinturas, velas, membros e cabeças em cera, madeira e outros materiais.
Outro fato marcante que acontece todos os anos durante o Jubileu, é um grupo de peregrinos que vem a pé da cidade de Carmópolis de Minas, percorrendo mais de 126 km. A tradição começou em 1982 quando sete pessoas começaram a Romaria em agradecimento aos milagres concedidos pelo Bom Jesus de Matosinhos. Trazendo como penitência uma grande cruz, os fiéis andaram todo o caminho rezando, cantando, por vezes de joelhos, em silêncio e em jejum glorificando ao Bom Jesus em um ato de fé e devoção.
Museu de Congonhas
Desde o ano passado, os visitantes que vão à cidade celebrar o Jubileu contam com mais uma atração: o Museu de Congonhas, localizado na Alameda Cidade de matosinhos. Até o domingo, dia 17, o Museu terá entrada gratuita. Somente no período da festa já passaram mais de 10 mil visitantes no Centro Cultural. Geci Simião da Silva, de Diogo Vasconcelos visitou o Museu e se emocionou. “Nunca vi nada parecido. Esse lugar é maravilhoso”, afirmou.
Pensando período do Jubileu, o museu preparou uma programação especial, começando pela mostra “Paixão e Fé”, que reúne trabalhos da fotógrafa Eliane Gouvea sobreo Jubileu, além do bate-papo musical com o cantor e compositor carioca Danilo Caymmi, que aconteceu dia 5 de setembro, e a Roda de Violeiros com os romeiros que aconteceu no dia 13 de setembro.
O Museu este ano contou com outra novidade: um mural para a exposição permanente, que homenagem aos romeiros que visitam o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos. As fotos foram realizadas durante a Romaria de 2016.
O painel causou muita surpresa para os visitantes, como foi o caso do Sr. Severino Vilaça, de 73 anos, quando viu sua foto estampada. No seu rosto, a felicidade do reconhecimento como um fiel a Bom Jesus e um misto de timidez pela exposição. Segurando sua mochila e com boné na cabeça, ele estava do mesmo jeitinho como na imagem. Há 20 anos, o aposentado de Itaguara (MG) vem a Congonhas para agradecer as graças e pedir saúde para o Bom Jesus na época do Jubileu. “Todos os anos eu venho a Congonhas, o Bom Jesus já atendeu muitos pedidos meus e da minha família. Tive um filho que nasceu doente, eu vim, pedi ao Bom Jesus e ele se recuperou muito, depois de 20 anos ele faleceu, mas sem sofrer. Agradeço muito ao Bom Jesus”, contou o Sr. Severino.
Fonte (Comunicação Museu de Congonhas)